Sigmund Freud - Resumo
1. Pais, Família, Nascimento, Educação e Fase Infantil de Sigmund Freud
Sigmund Freud nasceu em 6 de maio de 1856, na cidade de Freiberg, na Morávia (atual Příbor, República Tcheca), que na época fazia parte do Império Austríaco. Seu nome completo era Sigismund Schlomo Freud, mas posteriormente ele o abreviou para Sigmund. Freud vinha de uma família judaica de classe média baixa. Seu pai, Jakob Freud, era um comerciante de lã e tinha 41 anos quando Sigmund nasceu. Jakob já havia sido casado anteriormente e tinha dois filhos do primeiro casamento, Emanuel e Philipp. A mãe de Freud, Amalie Nathansohn, era 20 anos mais jovem que Jakob e era sua terceira esposa. Amalie era uma mulher vigorosa, com uma personalidade forte, que desempenhou um papel importante na vida emocional de Freud.
Freud era o mais velho dos oito filhos do casal. Ele sempre foi muito próximo de sua mãe, que o considerava especial, o que contribuiu para seu senso de autoconfiança ao longo da vida. Sua família se mudou para Viena quando ele tinha quatro anos de idade devido a dificuldades econômicas, e foi lá que ele passaria a maior parte de sua vida.
2. Vida Adulta, Estudos, Casamento e Filhos
Freud se destacou nos estudos desde cedo, mostrando grande habilidade em línguas e ciências. Após concluir o ensino secundário com distinção, ele ingressou na Universidade de Viena em 1873 para estudar medicina. Durante seu tempo na universidade, Freud foi muito influenciado pelos trabalhos de Darwin e suas ideias sobre a evolução, bem como pelos experimentos de fisiologia conduzidos por Ernst Brücke, um importante fisiologista que acreditava que todos os processos biológicos eram baseados em forças físicas e químicas.
Após obter seu diploma de médico em 1881, Freud começou a trabalhar no Hospital Geral de Viena. Interessado em neurologia, ele passou a estudar os efeitos clínicos da cocaína, acreditando inicialmente que essa droga tinha potencial terapêutico. Embora tenha mais tarde abandonado a pesquisa, o uso de cocaína por Freud causou certa controvérsia. Durante esse período, ele também estudou com o renomado neurologista francês Jean-Martin Charcot em Paris, que o influenciou a estudar a histeria e o uso da hipnose para tratá-la.
Em 1886, Freud casou-se com Martha Bernays, com quem teve seis filhos: Mathilde, Jean-Martin, Oliver, Ernst, Sophie e Anna Freud. Sua filha Anna Freud viria a se tornar uma importante figura no campo da psicanálise, particularmente na psicanálise infantil.
3. Conquistas e Pesquisas na Medicina
No início de sua carreira médica, Freud se concentrou na neurologia, publicando artigos sobre paralisia cerebral e afasia. No entanto, seu interesse por distúrbios mentais e neuroses foi aumentando, particularmente em relação à histeria. Ele desenvolveu, junto com seu colega Josef Breuer, um método inovador de tratamento baseado na "cura pela fala", no qual os pacientes, ao falar sobre seus problemas e experiências traumáticas, poderiam obter alívio dos sintomas. Esse método formou a base de sua futura teoria psicanalítica.
Foi a partir dessa abordagem que Freud começou a explorar os meandros do inconsciente, os sonhos e as forças psíquicas internas. Ele propôs a existência de um conflito entre impulsos inconscientes e as exigências da sociedade, o que daria origem a distúrbios psíquicos. Essas ideias foram revolucionárias e controversas na época, mudando o entendimento sobre a mente humana.
4. Colaboradores e Introdução da Psicanálise
Freud não estava sozinho no desenvolvimento da psicanálise. Entre seus primeiros colaboradores estava o já mencionado Josef Breuer, que desempenhou um papel importante no desenvolvimento inicial do método da psicanálise. Breuer e Freud co-escreveram o livro "Estudos sobre a Histeria" (1895), que marcou o início oficial da psicanálise. No entanto, Breuer e Freud acabaram se separando devido a divergências teóricas.
Outro colaborador importante foi Carl Jung, um dos primeiros e mais importantes discípulos de Freud. No entanto, Jung também acabaria por romper com Freud, principalmente por suas discordâncias em relação à ênfase de Freud na sexualidade como base de todos os distúrbios psíquicos. Outras figuras-chave no movimento psicanalítico inicial incluíram Alfred Adler e Wilhelm Stekel, ambos se afastando de Freud com o tempo devido a diferenças teóricas.
Freud também enfrentou inúmeros desafios. Muitos de seus primeiros colegas médicos rejeitaram suas ideias, e ele foi frequentemente criticado por sua ênfase nas pulsões sexuais, especialmente no conceito de libido. Freud era visto como subversivo e suas teorias, principalmente sobre o Complexo de Édipo e a sexualidade infantil, foram duramente criticadas. No entanto, Freud persistiu, refinando suas teorias e métodos.
5. Principais Obras de Freud
Freud produziu uma vasta quantidade de trabalhos ao longo de sua vida. Entre as suas obras mais notáveis, estão:
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A Interpretação dos Sonhos (1900): Considerada uma das obras mais importantes de Freud, nela ele introduz o conceito de que os sonhos são expressões de desejos reprimidos e oferece a primeira exposição completa de sua teoria do inconsciente.
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Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (1905): Nesta obra, Freud explora a sexualidade humana desde a infância, uma visão profundamente inovadora para a época. Ele descreve estágios do desenvolvimento psicossexual e aborda temas controversos como a sexualidade infantil.
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Totem e Tabu (1913): Aqui Freud explora as raízes da cultura e da religião, aplicando sua teoria psicanalítica às sociedades primitivas e criando um paralelo entre o desenvolvimento da civilização e o desenvolvimento psíquico dos indivíduos.
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O Ego e o Id (1923): Freud oferece uma visão do modelo estrutural da mente, dividindo-a em três partes: o id (impulsos inconscientes), o ego (a parte consciente que lida com a realidade) e o superego (os ideais e a moral internalizados).
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Além do Princípio do Prazer (1920): Freud introduz aqui o conceito de pulsão de morte (Thanatos), um impulso inconsciente que se opõe ao instinto de vida (Eros).
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O Mal-Estar na Civilização (1930): Neste livro, Freud discute como as exigências da civilização conflitam com as necessidades instintivas do indivíduo, gerando inevitável insatisfação.
6. Referências Bibliográficas
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Freud, S. (1900). A Interpretação dos Sonhos. Viena: Deuticke.
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Freud, S. (1905). Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade. Viena: Deuticke.
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Freud, S. (1913). Totem e Tabu. Viena: Deuticke.
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Freud, S. (1920). Além do Princípio do Prazer. Viena: Internationaler Psychoanalytischer Verlag.
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Freud, S. (1923). O Ego e o Id. Viena: Internationaler Psychoanalytischer Verlag.
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Freud, S. (1930). O Mal-Estar na Civilização. Viena: Internationaler Psychoanalytischer Verlag.
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Gay, P. (1988). Freud: A Life for Our Time. New York: W. W. Norton & Company.
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Jones, E. (1953). The Life and Work of Sigmund Freud. London: Hogarth Press.
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