DUAS TÉCNICAS RESPIRATÓRIAS BÁSICAS DO YOGA
Estes exercícios respiratórios podem ser feitos independentemente um do outro, ou obedecendo à sequência que aqui se encontra. Ambas podem ser aplicadas durante a prática das posturas (ásanas), o que irá potencializar os seus efeitos. Pratique sempre com a orientação de um Professor qualificado para que suas dúvidas sejam sanadas.
1 – Respiração abdominal (Adhama prāṇana):
A primeira etapa na prática respiratória é disciplinar a respiração baixa ou abdominal. Pode ser feita deitado em decúbito dorsal ou sentado com as costas eretas. Procure fazê-la enquanto vamos descrevendo.
Coloque as palmas das mãos no abdômen para perceber o movimento do diafragma. Respirando pelas narinas, esvazie completamente os pulmões, contraindo o ventre.
Permaneça por um instante sem ar. Deixe-o agora entrar devagar, soltando e expandindo naturalmente a musculatura do baixo ventre e depois a parede abdominal, conforme for enchendo a parte baixa dos pulmões.
Não retenha. Ao expirar, recolha os músculos abdominais. Continue respirando assim, relaxando o abdômen ao inspirar e contraindo-o levemente ao exalar.
Esta é a forma ideal de fazê-lo no dia a dia, sendo aquela que surge espontaneamente ao dormir.
Após ter dominado o movimento anteriormente descrito, execute esta respiração no ritmo mais lento que conseguir, prolongando ao máximo o tempo da inalação e da exalação.
Com a prática, você poderá desenvolver este respiratório de forma ideal, acrescentando retenções de alguns segundos no final da inspiração e da expiração, o que irá aumentar a capacidade pulmonar e a vitalidade.
Posteriormente, aumentará gradativamente a retenção até chegar a quadruplicar ou ainda octuplicar o tempo da inspiração. Depois, o ritmo começará a se encaixar naturalmente.
Efeitos:
Este
respiratório promove uma massagem profunda dos órgãos abdominais,
melhorando o seu funcionamento.
Elimina a ansiedade e aumenta a força de vontade, a concentração e a vivacidade mental.
Feita sem esforço, revitaliza e predispõe a pessoa a uma atitude aberta e receptiva, tendendo a aceitar a realidade tal como é.
2 – Respiração completa (Prāṇakriyā):
Agora vamos respirar com todo o potencial e a capacidade dos nossos pulmões. Isto nos proporcionará uma sensação única de bem estar, leveza e vitalidade.
São infinitas as sensações quando respiramos de forma completa e consciente: as ideias ficam mais claras, a tristeza se transforma em felicidade, a agitação em serenidade, a insegurança em autoconfiança, o desânimo em entusiasmo.
Quando possível, procure fazer respiratórios em contato com natureza. A sensação dos respiratórios limpando e nutrindo as suas células lhe fará sentir revigorado em poucos minutos.
Sente-se em qualquer posição na qual você possa manter a coluna ereta sem forçamento. Feche os olhos e passe a acompanhar a respiração.
Perceba o contato do ar com os condutos respiratórios, sinta o ar acariciar o seu corpo por dentro. Descontraia-se.
Elimine agora todo o ar dos pulmões e recolha o abdômen. Comece a inalar expandindo o ventre e o diafragma, deixando que o ar entre na parte baixa dos pulmões.
Em seguida, deixe o ar entrar na área média, descontraindo a musculatura intercostal. Por fim, complete a inspiração enchendo de ar o ápice dos pulmões, sentindo que os alvéolos se abrem.
Expire com suavidade, soltando primeiramente o ar da parte alta, depois da parte média, retraindo os músculos intercostais, e, por fim, da parte baixa, contraindo o abdômen e fazendo com que o diafragma se eleve.
Continue desenvolvendo a respiração completa, procurando prolongar o tempo das fases e permitindo que o ar flua de forma cadenciada.
Dessa maneira, você enche os pulmões de baixo para cima e os esvazia de forma inversa, de cima para baixo.
Acrescente posteriormente, retenções (kūṁbhaka e śūnyaka), com os pulmões cheios e vazios. Essas paradas do fluxo respiratório não devem jamais ultrapassar a sua capacidade natural.
A exalação deve ser lenta e controlada. Ao acrescentar as contrações (bandhas), de órgãos, músculos, plexos e nervos, o nome do exercício passa a ser bandha prāṇāyāma ou prāṇabandhakriyā.
Efeitos:
Aumento
considerável da capacidade pulmonar, da resistência e do tônus
geral do organismo, desintoxicação e oxigenação celular,
revitalização, rejuvenescimento e tonificação.
No aspecto psíquico, outorga ao praticante receptividade, atitude aberta em relação ao mundo que o rodeia, expansão total de si, concentração, entrega, felicidade.
Aumentando a elasticidade da estrutura ósseo-muscular, o prāṇakriyā dissolve tensões somatizadas na região abdominal, nos ombros e no pescoço.
Ruy de Oliveira .∙.
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