Melanie Klein
Melanie Reizes Klein nasceu em 30 de março de 1882, em Viena, Bauerngasse, como a caçula de quatro filhos do médico Moritz (Moriz) Reizes e da enigmática Libussa Deutsch. Sua irmã mais velha Sidonie faleceu com apenas oito anos de tuberculose aos quatro de Melanie, e o irmão Emmanuel morreu aos 20 de tuberculose e complicações medicinais — perdas que marcaram os alicerces emocionais da futura analista (melanie-klein-trust.org.uk, minnickskleinacademy.com). Cresceu num ambiente familiar culto, mas permeado por ausências e tensões: a mãe exercia autoridade, o pai oferecia estímulo intelectual .
Na adolescência, Klein foi aluna aplicada e sonhava estudar medicina – resultado do exemplo paterno –, chegando a ingressar no Gymnasium aos 16 anos . Porém, aos 21, em 1903, casou-se com Arthur Klein: um engenheiro químico tio de seus irmãos, e sacrificar sua carreira médica foi uma escolha imposta pelas normas sociais (melanie-klein-trust.org.uk).
A maternidade trouxe Melitta (1904), Hans (1907) e Erich (1914). O nascimento de Hans e o ritmo extenuante das gestações desencadearam depressão, agravada por uma relação infeliz com Arthur, afastado e volátil — inclusive com casos extraconjugais (en.wikipedia.org). Foi então que Melanie procurou tratamento psicanalítico com Sándor Ferenczi em 1910, em Budapeste — marco decisivo: deu início à análise de seus filhos e à reflexão sobre os “objetos parciais” e o brincar como via para o inconsciente infantil (feministvoices.com).
Na fase adulta, Klein passa por uma verdadeira metamorfose: integra-se ao Instituto Psicanalítico de Berlim em 1921, sob supervisão de Karl Abraham e inicia sua clínica com crianças. Publica em 1920 “Der Familienroman in statu nascendi”, ingressa na Sociedade Psicanalítica Húngara e, em 1923, lança The Psychoanalysis of Children (1932) e/ou “A psicanálise da criança” (1932), desafiando Anna Freud e inaugurando a “controvérsia Freud–Klein” (es.wikipedia.org). Em 1925 se muda para Londres, dando origem ao movimento kleiniano e ao grupo intermediário na Sociedade Britânica, confrontando-se com a própria filha Melitta, que rompe com sua linha teórica em 1937 .
Sua contribuição teórica: posições esquizo-paranoide e depressiva, inveja primitiva, reparação, instinto de morte e desenvolvimentos do superego — tudo estruturado em obras como Love, Guilt and Reparation (1937), Envy and Gratitude (1957), Narrative of a Child Analysis (1961), entre outros (en.wikipedia.org).
Sua saúde, porém, sofreu: em 1937, realizou cirurgia de vesícula e após, internada por exaustão e labirintopatias ; na década de 1950 sofreu de osteoartrite, anemia e em setembro de 1960, foi operada de câncer de cólon, falecendo em 22 de setembro de 1960, em Londres, aos 78 anos (pt.wikipedia.org). Sua filha Melitta (1904–1983) tornou-se médica, psicanalista e crítica teórica da mãe, compondo um capítulo à parte na história kleiniana (en.wikipedia.org).
📚 Referências Bibliográficas:
-
Grosskurth, P. (1986). Melanie Klein: Her World and Her Work.
-
Klein, M. (1932). The Psychoanalysis of Children.
-
Klein, M. (1937). Love, Guilt and Reparation.
-
Klein, M. (1957). Envy and Gratitude.
-
Segal, H. (1979). Intro to Klein.
-
Verywell Mind. Melanie Klein biography (verywellmind.com, en.wikipedia.org).
-
Feminist Voices. Biography of Melanie Klein (feministvoices.com).
-
Wikipedia: “Melitta Schmideberg”, “Melanie Klein” (en.wikipedia.org).
Comentários
Postar um comentário
Envie seu Comentário!