Ansiedade - Conceito básico

Imagem para representar uma pessoa ansiosa

O que é ansiedade, suas raízes e sintomas

Ansiedade é aquele desconforto difuso, persistente, que não sabe dizer exatamente “por quê” - diferente do medo, que é sempre ligado a algo específico . Fisicamente, ela se manifesta como coração acelerado, tremor, sudorese, falta de ar, tensão corporal, irritabilidade, insônia, cansaço constante e dificuldade de concentração - sintomas bem reais que mexem com a vida cotidiana (en.wikipedia.org).

A etimologia vem do grego “ánxios”, que significava “angustiado, oprimido”, termo que inspirou os primeiros usos médicos no século 19. A palavra “pânico” vem de Pan, o deus grego que assustava viajantes nos bosques .

Quando começa e por que

A ansiedade costuma aparecer na adolescência ou início da vida adulta - entre 15 e 35 anos, segundo estudos clínicos . As causas são múltiplas:

  • 🧬 Genética: estudos com gêmeos sugerem 25–40 % de hereditariedade (en.wikipedia.org)

  • 🧠 Neuroquímica: desbalanços de GABA, serotonina, norepinefrina, cortisol etc. afetam áreas como amígdala, córtex e hippocampo

  • 🌍 Ambiente: traumas na infância, abuso, negligência e sobrecarga emocional aumentam risco

  • 🧠 Psicanálise: Freud via a ansiedade como conflito entre id, ego e superego. Karen Horney explicou que inseguranças na infância criam “angústia básica”.

Quem é mais atingido: mulheres ou homens?

Pesquisas mostram que mulheres sofrem quase o dobro de transtornos de ansiedade do que homens - razão média 1,7–1,8:1 . Nos EUA, cerca de 31 % das mulheres terão ansiedade ao menos uma vez, contra 19 % dos homens (pubmed.ncbi.nlm.nih.gov).

A explicação envolve:

  • Flutuações hormonais (menarca, TPM, gravidez, menopausa) que alteram GABA e cortisol

  • Maior sensibilidade à ruminação e ao sofrimento emocional (pmc.ncbi.nlm.nih.gov)

  • Maior exposição a traumas como abuso sexual e violência familiar na infância (pmc.ncbi.nlm.nih.gov)

Homens tendem a mascarar com álcool, tabaco ou irritabilidade - daí serem subdiagnosticados e não procurarem ajuda .

Consequências e comorbidades

Se não tratada, a ansiedade pode gerar:

  • Depressão, insônia, baixa qualidade de vida, abuso de substâncias e risco de suicídio (en.wikipedia.org)

  • Desenvolvimento de outros transtornos como pânico, fobias, TOC, TEPT, transtornos alimentares

O que disseram os psicanalistas

  • Freud (1926): via a ansiedade como “sinal de perigo interno”, resultado do conflito entre desejo inconsciente e moralidade interna .

  • Otto Rank (1932): associou a ansiedade ao trauma simbólico do nascimento (símbolos de separação e individuação) (en.wikipedia.org).

  • Karen Horney (1937): se concentrou na ansiedade básica – fundada no medo de rejeição, hostilidade ou falta de apoio emocional na infância .

Exemplos práticos (para quem nunca sentiu)

  1. Você teme sair de casa sem razão aparente, o coração vai a mil, o corpo treme, a cabeça entra em turbilhão - isso é crise de pânico.

  2. Preocupa-se o tempo todo com o trânsito, com perder o emprego, com doenças - mesmo sem motivo objetivo. É ansiedade generalizada.

  3. Fica paralisado diante de pessoas, evita redes sociais por medo de julgamento - é ansiedade social.

  4. Tem medo irracional de cachorro, altura, agulha - são fobias específicas.

Tratamentos

  • Psicanálise explora a raiz inconsciente dos conflitos - medos, traumas, desejos reprimidos.

  • Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) ensina a reprogramar pensamentos sabotadores.

  • Medicação: SSRIs, SNRIs, benzodiazepínicos (uso controlado), beta-bloqueadores (en.wikipedia.org).

  • Autocuidado: rotina, sono regular, alimentação saudável, atividade física — toda semana, reduz sintomas .

Referências bibliográficas

  1. Wikipedia. Anxiety disorder, Anxiety - dados epidemiológicos e etiologia (en.wikipedia.org)

  2. Kessler et al. (2011). Gender differences in anxiety disorders (pubmed.ncbi.nlm.nih.gov)

  3. PubMed (2003). Anxiety in men vs women lifetime

  4. IntechOpen. Etiology of anxiety disorders - neurociência e psicanálise (intechopen.com)

  5. NCBI PMC (2017). Biopsychosocial underpinnings in women (pmc.ncbi.nlm.nih.gov)

  6. Europe PMC (2014). Panic disorder sex differences, GAD, ansiedade sensibilidade (europepmc.org)

  7. Sci‑Direct (2016). Prevalência global

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