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Gratidão

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Gratidão: quando o coração aprende a lembrar Há um gesto invisível que salva o ser humano do desamparo: a gratidão. Não aquela aprendida por convenção social, que agradece com os lábios, mas a gratidão que pulsa do íntimo, quando o ser reconhece que algo bom lhe foi dado sem exigência de retorno. É memória viva do bem recebido. É o corpo dizendo sim à vida, apesar de tudo. Etimologia: um nome antigo para um sentimento essencial A palavra "gratidão" deriva do latim gratia , que significa graça, favor, benevolência. Está ligada ao termo gratus , que quer dizer agradável, bem-vindo, digno de reconhecimento. A raiz é a mesma que forma graça  - aquilo que excede, que vem além do merecimento. Gratidão, assim, carrega em sua essência o sabor do imerecido. Não se trata de dívida, mas de reconhecimento. O cérebro que agradece: o que a ciência nos revela A neurociência vem confirmando o que a experiência humana já sabia em silêncio: ser grato faz bem. Estudos com neuroimagem mostr...

Dentro de Nós

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Dentro de cada um de nós há um abismo e uma estrela. 🌌 A filosofia nos ensina a perguntar, a psicanálise a escutar — e ambas nos guiam ao centro de nosso próprio labirinto. Lá, onde habitam medos antigos e desejos não ditos, começa a verdadeira jornada. 🌱 Não somos apenas o que lembramos, mas também o que esquecemos. E ao iluminar as sombras, descobrimos que a dor é só o início da transformação. 🔥🕊️ 

Dia das Mães: O Amor que Nos Gera e Nos Sustenta

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Hoje celebramos mais do que uma data — celebramos um vínculo sagrado, tecido no silêncio do ventre, no calor de um colo, no olhar que reconhece e acolhe. Celebramos a mãe, essa presença que nos precede e nos molda, mesmo quando não está fisicamente ao nosso lado. Ser mãe é mais do que dar à luz: é doar-se, renascer com o outro, é vigiar noites em claro, torcer em silêncio, ensinar a caminhar sem pedir nada em troca. É viver no tempo do outro, é amar sem medida, é perdoar mesmo antes do erro. Mãe é ponte entre o céu e a terra. É quem ora em silêncio quando o mundo desaba. É quem segura o mundo quando os filhos ainda não sabem o que é caminhar sozinhos. Há mães biológicas, mães de coração, mães que se tornaram mães de quem a vida colocou em seus caminhos. Toda mulher que nutre, acolhe, protege e educa com amor carrega em si essa centelha divina da maternidade. Hoje é dia como todos os dias de agradecer. 🫶 Pelo cuidado. 💬 Pelos conselhos que muitas vezes leva-se tempo para fazerem ...

Poema - A Luz de Rama Putra Das

 🌿 A Luz de Rama Putra Das Que a flauta de Krishna siga soando, nos campos serenos da tua alma, pois em ti, Rama Putra Das, há um eco suave do divino. Teus passos não tocam apenas o chão, mas acordam corações adormecidos. Teu sorriso é semente, tua palavra, abrigo. És como o rio que não impõe caminho, mas convida à travessia. Tua presença é ponte, é prece sem ruído, é inspiração que dança no olhar de quem te vê. Krishna, com seu olhar azul infinito, há de te guiar como sempre guiou: com amor que não exige, com graça que não se mede, com o sopro eterno da verdade. Que tua vida continue sendo um templo que caminha, uma oferenda viva de bondade e consciência. E que onde fores, leve contigo o brilho sereno de Vrindávana. Para o meu amigo e irmão Ramaputra Das! 21/04/2025.

A Angústia do Outro

Há um silêncio entre mim e o mundo onde mora a pergunta que não se cala: O que o Outro quer de mim? Não sei. Mas tremo. Tremo diante do olhar que me atravessa, do gesto que não compreendo, da palavra que insinua um desejo — mas nunca o diz. A angústia, essa centelha que arde no peito, não nasce da ausência, mas do excesso. Do excesso de sentido que me escapa. Do desejo que me interpela sem que eu saiba o que ofertar. Sou aquele que busca ser visto no espelho do Outro, mas o espelho quebra — e me corta. Sou pedaço de linguagem, falta ambulante, eco de uma demanda que nunca é minha, mas que me funda. E nessa falta, nessa ausência central, brota o que sou: não inteiro, mas dividido. Porque desejar é sempre desejar o desejo do Outro , e viver é tentar ser resposta a uma pergunta que nunca foi feita.  

Poesia: A voz que escuta

A Voz que Escuta Quando o sujeito fala, As palavras deslizam como rios, Fluem do inconsciente, atravessam margens, Mas quem a escuta, na vastidão interna? O que se diz ecoa nas paredes da alma, É o "eu" que fala ou outro, oculto em sombras? Na associação livre, algo se revela, Mas alguém, em silêncio, está sempre a ouvir. A língua tropeça em desejos velados, Vontades contidas, medos camuflados, E no abismo do dito, surge uma presença, Quem é aquele que, oculto, escuta o que é dito? Se a fala revela o que o inconsciente oculta, Há um espectador nas profundezas da mente, Escuta-se a si mesmo, ou algo além? Quem é Aquele que decifra o revelado? O Sujeito se perde nas tramas do discurso, E ao falar, encontra um outro dentro, Que ouve, que sente, que sabe o que há, A verdade secreta que o "eu" não pode enxergar. Talvez seja o desejo, talvez seja o medo, Ou uma figura ancestral que lá dentro habita, Escuta-se ao falar, e ao escutar-se, Descobre-se...