O Desejo na Psicanálise: Uma Fome Que Nunca Se Sacia

Imagem sobre o desejo

🔥 O Desejo na Psicanálise: Uma Fome Que Nunca Se Sacia

Na psicanálise, o desejo não é um objeto que se encontra, conquista e consome. Diferente da necessidade biológica — que pode ser saciada — o desejo é uma falta estrutural, uma busca que nunca se completa. Ele é o motor da subjetividade, uma tensão que empurra o sujeito para frente, mas cujo alvo verdadeiro é, por essência, inacessível. 🎯💭

🧠 Freud foi o primeiro a indicar que os sintomas neuróticos não nascem apenas de conflitos conscientes, mas de desejos recalcados, que insistem em retornar de forma disfarçada. No entanto, foi Jacques Lacan quem radicalizou essa concepção ao dizer que “o desejo é o desejo do Outro”. Ou seja, desejamos não apenas coisas, mas ser o objeto do desejo de alguém, ou obter o que acreditamos que o Outro deseja.

🌀 O desejo, portanto, não tem um objeto fixo. Ele é metonímico: quando achamos que o realizamos, ele se desloca. Compramos, conquistamos, vencemos, mas algo sempre falta. Essa falta não é um defeito — é constitutiva do ser falante. O sujeito do inconsciente é um ser desejante por natureza.

📌 Exemplo prático: alguém passa anos lutando por um cargo ou um reconhecimento. Quando finalmente alcança, sente um vazio. Por quê? Porque o objeto do desejo sempre foi um significante, não uma coisa. O desejo foi o que sustentou a busca, não o que se encontra no fim do caminho.

🔤 Etimologia da palavra "desejo"

A palavra desejo vem do latim desiderium, que significa "aspiração", "anseio". Deriva de de- (ausência) + sidus (estrela), ou seja, literalmente, “a falta de uma estrela”. ✨ Uma imagem belíssima: desejar é sentir a falta de uma estrela-guia — uma referência perdida, um brilho ausente que nos move.

🧩 Autores que aprofundaram o conceito de desejo

  • Sigmund Freud: Introduziu a noção de desejo inconsciente, ligado à sexualidade infantil reprimida.

  • Jacques Lacan: Redefiniu o desejo como estruturado pela linguagem e eternamente insatisfeito.

  • Slavoj Žižek: Explora o desejo como motor ideológico e político.

  • Julia Kristeva: Relaciona o desejo à linguagem e ao feminino.

  • Deleuze & Guattari: Rompem com a ideia de desejo como falta, e propõem o desejo como produção, mas ainda assim inatingível no sentido clássico.

📚 Referências bibliográficas

  • Freud, S. – A Interpretação dos Sonhos (1900)

  • Freud, S. – Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (1905)

  • Lacan, J. – O Seminário, Livro 11: Os Quatro Conceitos Fundamentais da Psicanálise

  • Žižek, S. – O Sujeito Incômodo

  • Kristeva, J. – Poderes da Periferia

  • Deleuze, G. & Guattari, F. – O Anti-Édipo

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

AULA DE YOGA NA ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE PINDAMONHANGABA - SP / MINISTRADA NO DIA 05/03/2024

ALINHAMENTO NAS POSTURAS DO YOGA

O YOGA É INCLUIDO COMO PRÁTICA OFICIAL DE SAÚDE NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NO BRASIL

A IMPORTÂNCIA DA MEDITAÇÃO NO YOGA

AS 4 CONTRAÇÕES (BANDHAS) DO YOGA

MINDFULNESS: UMA PRÁTICA DE ATENÇÃO PLENA PARA UMA VIDA MAIS CONSCIENTE

MANTRAS